terça-feira, 15 de junho de 2010

Falso perfeccionismo brasileiro

Hoje decidi voltar a postar. Não porque estivesse desanimado antes. Ou que não quisesse.É que andei meio atribulado com Monografia de faculdade e outras coisas.

Volto a postar porque tem um assunto que deveras me incomoda: a tão propalada “síndrome de vira-lata” do brasileiro. E constatei a sua existência justamente agora, em época de Copa do Mundo. É impressionante a supervalorização que se dá à competição. Devo confessar que também sou um aficionado por futebol. E que acompanharei jogos menores às 08:30 da manhã. Acordarei cedo no Domingo para acompanhar jogos sofríveis tecnicamente como foi ARGÉLIA X ESLOVÊNIA. Sou um fã do futebol, primeiramente. E do futebol força. Sempre fui, desde criança. Desde cedo quis ser zagueiro. Adorava roubar a bola, salvar gol em cima da linha. Dar canelada.

Talvez por isto, me identificava com o futebol de seleções como a Alemanha (a força) e Argentina (a garra) . Me lembro de quando criança me irritar quando o Brasil tocava a bola de lado. Ficava gritando: “o gol é pra frente, burro !”. Sempre gostei mais do futebol pragmático (que não significa covarde). Olha o caso da Alemanha (que pra mim é emblemático): chegou a sete finais (como o Brasil). Tudo bem que ganhou somente três, mas chegou. Na última Copa, com um time medíocre, chegou em terceiro. Melhor do que o Brasil com Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Fenômeno. E justamente: daquela Seleção de 2006 quem foram os únicos a se safarem da crítica ? LÚCIO e JUAN. A zaga. A defesa. Foram os únicos “guerreiros”.

Mas aí tem aqueles que dizem frases deste naipe: “ A Itália foi campeã em 1982, mas todo mundo vai se lembrar do Brasil, que jogou bonito”... Não tem coisa mais cínica e mentirosa !!! Pergunte a qualquer jogador se ele não queria levar o caneco para casa, nem que fosse com gol de mão... O importante não é jogar bonito, é GANHAR. Essa é a verdade. Por isto eu digo: se o Dunga trouxer o caneco, não me importo se escalar três volantes, se convocar Michel Bastos (QUEM ?), se fizer só treino secreto.

Outra coisa que me alegra no “jeito Dunga” é a tentativa de formar um grupo comprometido e disciplinado (mesmo que tenha que sacrificar o talento). Digo isto porque existe no Brasil uma cultura de fazer “vistas grossas” à indisciplina, quando o profissional é talentoso. Isto é péssimo. Imagina se as empresas agissem como os clubes de futebol: se os melhores empregados chegassem no horário que quisessem, pudessem matar serviço... certamente os demais funcionários iriam se desmotivar e segui o mau exemplo. Por isto foi acertado o ADRIANO ficar de fora. Assim como o GAÚCHO. Certamente iriam desestabilizar o grupo.

Eles são maus exemplos até para as crianças. Imagina só: você determina a seu filho que ele chegue em casa às 10 da noite, e ele se vira pra você e diz: - “Na escola eu tiro boa nota, então chego a hora que quiser”... . Foi o que o Adriano fez: achou que por estar marcando gol poderia ir treinar quando quisesse no Flamengo, e deu no que deu... Prestigiar um cara destes não é justo com aqueles profissionais que se comprometem.

Aí está o “falso perfeccionismo” do brasileiro. A Seleção tem que dar show e jogar impecavelmente. Mas a postura não precisa ser impecável... É claro que isto é contraditório. Samba e pagode existem para comemorar. E comemoração só vem após o objetivo alcançado. Dar “olé” quando se está ganhando de 2 X 0 é irresponsabilidade, não futebol arte.

O brasileiro tem que decidir: se quer ser hexacampeão ou ter o título simbólico de “futebol bonito” . Costumo brincar com meus amigos que “futebol arte” é para “Cirque Du Soleil”. Copa do Mundo é guerra. Em todos os sentidos: de informação, estratégia, nervos. Esse perfeccionismo hipócrita do “jogar bonito” tem que acabar. Não tomar gol é o primeiro passo para a vitória. É só observar o Campeonato Brasileiro: o vice-líder Ceará, tomou apenas um gol em sete jogos. O “santástico” Santos tomou dez . Está em quarto, cinco pontos atrás do mesmo Ceará. Dá-lhe Brasil ! Um a zero é goleada !!!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Origem da desigualdade entre os homens

Estou de volta ao Blog. Após uma longa ausência, fui surpreendido com um comentário postado hoje em meu e-mail, referente ao meu longínquo post “Democracia Existe ?”, postado ano passado. E vou explicar porque: Justamente na última semana, li o livro “ Da origem da desigualdade entre os homens”, do grande Jean Jacques Rousseau. Como pode-se induzir pelo título, Rousseau tenta especular em que momento o gênero humano teria começado a conviver socialmente e o que o teria feito adquirir esta prática. Buscava além disto, inferir em que momento passamos a nos diferenciar em classes.
Para Rousseau, enquanto um homem não precisava da cooperação do outro, vivia de maneira livre, sem leis (a não ser as naturais). Encontravam-se “fortuitamente” na natureza (trombavam-se - mais informalmente dizendo). Quando perceberam que poderiam associar-se para alcançar melhor sorte na caça e na agricultura, nasceram os primeiros “núcleos”, que originaram as primeiras “línguas”, ainda rudimentares.
Até então, tudo muito lindo. As diferenças teriam surgido quando as distinções de função ou trabalho começaram surgir entre estes “primitivos” (assim chamados por Rousseau). Rousseau chegou a esta conclusão ouvindo relatos sobre as tribos das Américas e da África (tema pelo qual era fascinado). Retomando: quando a primeira classe de homens que trabalhavam o metal, agricultores, guerreiros, começaram a ser vistos com distinção, surgiram as rudimentares “classes”. Daí em diante, segundo Rousseau, o processo não tem volta: os homens começaram a desejar e apreciar a estima dos outros. Queriam ser honrados por suas qualidades, sentindo-se “especiais”. Alguma semelhança conosco ?!
Segundo Rousseau, quando um primeiro homem decidiu demarcar um terreno e disse “isto é meu”, não tendo nenhum dos seus companheiros protestado, criava ali a propriedade privada ... Ou seja: como se vê, a tirania nasce sempre da omissão de uns poucos ou de muitos. Logicamente, o progresso só foi possível graças à cooperação entre os primeiros homens. Mas ao custo da sua liberdade original.
Se fizermos um salto de séculos, partindo das primeiras sociedades, chegaremos ao Estado Nacional. Quanto à sua necessidade, definiu-a brilhantemente Plínio – o jovem ( naturalista romano ): “se temos um príncipe, é para nos preservar de ter um senhor”. Portanto: melhor suportar as tiranias de nossos governantes, que cair em mãos de forças inimigas... Traduzindo: para o povão sempre será “se correr o bicho pega, e se ficar o Estado come”...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Algo está esmagando meu crânio

Tenho negligenciado há muito este blog. Não porque não me interesse mais. As postagens estão mais “escassas” porque o tempo também o está. Além do mais, resolvi que, a partir deste ano, só escreveria quando entendesse que houvesse algo relevante ( traduzindo: não “encher” lingüiça). Além do mais, no trabalho, terei que aprender em tempo recorde o que se aprende em anos de profissão.
E é exatamente sobre “assumir em tempo recorde” que eu quero falar. As faculdades, escolas e institutos tem toda uma metodologia, uma pedagogia para difundir conhecimento. E isto só não basta: daí a necessidade de estágios curriculares (com acompanhamento, já que o acadêmico pode ficar perdido em muitos momentos). No entanto, no Brasil, temos esta mania do “praxismo”. E o que é isto exatamente? É o famoso “o que vale é a prática” ... . Esta também é a opinião do meu chefe/pai. Ele pensa que basta você ser instruído sobre o serviço, “experimentar” fazer umas duas ou três vezes... e pronto: já se tornou “expert” e pode até dar aula.
A este respeito já escrevi antes. E volto a bater na mesma tecla: para mim, mais importante do que saber “como” se faz, é saber “porque” se faz, qual a lógica. Mas infelizmente a maioria das empresas em nosso país teima em tratar o funcionário como uma máquina de repetir comandos. Sem reflexão. Desta forma você aprende ? Claro, aprende... mas até lá vai dando cabeçada na parede e causando muito prejuízo pelo caminho. Para mim é um processo traumático e desnecessário. Para que botar o funcionário para ficar dando tiro no escuro, quando se pode apontar o alvo ?
Quer um exemplo? Quando me iniciei na função que ocupo atualmente ( constituição de empresas), que consiste em registrar as empresas em seu órgão competente, tomei um prejuízo de R$ 150,00 porque registrei uma empresa na Junta Comercial, quando na verdade deveria tê-la registrado em Cartório. Quem me instruiu no serviço não me informou que existiam empresas que eram registradas em Cartório e não na Junta. Durante as primeiras semanas, por sorte, todas as empresas que me apareceram eram “da regra”. Quando surgiu uma que era “da excessão”, fiz besteira. Se eu tivesse estudado a legislação, tivesse sido instruído sobre todas as possibilidades, treinado, e não aprendido “na prática”, possivelmente evitaria o prejuízo em meu bolso.
O argumento que utilizo com meu pai é o seguinte: “você viajaria em uma avião em que o piloto estivesse aprendendo “na prática”, em seu primeiro vôo ? ” Lógico que não ! Se fazem necessárias muitas horas de simulações e de estudos teóricos antes. Não se pode exigir um desempenho razoável de alguém que nunca teve intimidade com algo. Sou da opinião de esta estória de no “vai ou racha” sempre acaba no “racha”.
Something is Squeezing my Skull - Algo Está Apertando Meu Crânio
I'm doing very well - Estou indo muito bem
I can block out the present and the past now - Agora consigo ignorar o presente e o passado
I know by now you think I should have straightened myself out - Sei que você acha que eu já deveria ter me endireitado
thank you, drop dead - Obrigado, e morra
something is squeezing my skull - Algo está apertando meu crânio
something I can barely describe - Algo que mal posso descrever
there is no love in modern life - Não há amor na vida moderna
I'm doing very well - Estou indo muito bem
it's a miracle I even made it this far - É um milagre que eu ainda esteja vivo
the motion of taxis excites me - O movimento dos táxis me excita
will when you peel it back and bite me? - Por que você não me descasca e me morde?
something is squeezing my skull - Algo está apertando meu crânio
something I can barely describe - Algo que mal posso descrever
there is no hope in modern life - Não há esperança na vida moderna
something is squeezing my skull something I can't fight - Algo está apertando meu crânio, algo que eu não consigo evitar
no true friends in modern life - Não existem amigos de verdade na vida moderna
diazepam (that's valium) - Diazepam, Valium tamazepam... lithium - Tarmazepam... Lítio ...hrt, ect TRH (Tratamento de Reposição Hormonal), TEC (Terapia Eletro-Compulsiva)
how long must I stay on this stuff? - Quanto tempo devo ficar nessa?
don't gimmie anymore, don't gimmie anymore, - Não me dê mais, não me dê mais
don't gimmie anymore, don't gimmie anymore, - Não me dê mais, não me dê mais
PLEASE DON'T gimmie anymore - Por favor, não me dê mais
don't gimmie anymore, don't gimmie anymore - Não me dê mais, não me dê mais
you swore you would not gimmie anymore, - Você prometeu que não iria me dar mais
don't gimmie anymore... - Não me dê mai...
don't gimmie anymore, don't gimmie anymore - Não me dê mais, não me dê mais
please don't gimmie anymore - Por favor, não me dê mais
don't gimmie anymore, don't gimmie anymore - Não me dê mais, não me dê mais
you swore you would not gimmie anymore, - Você prometeu que não iria me dar mais
don't gimmie anymore - Não me dê mais
don't gimmie anymore, don't gimmie anymore - Não me dê mais, não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
oh you swore - Oh você prometeu
you swore! - você prometeu!
you swore! - Você prometeu!
you swore you would not gimmie anymore -Você prometeu que não iria me dar mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais
gimmie anymore - Não me dê mais

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

É PROIBIDO PENSAR

Infelizmente (infelizmente mesmo) sou muito contestador. Queria ser consumista, materialista, alienado. Acho que este tipo de “Ser” é mais feliz. Sempre partilhei isto com um amigo que eu tinha: o Rafael, que dividiu república comigo. Agente adorava ficar filosofando. Sobre tudo. Às vezes concluíamos: - é melhor ser burro, “véi” . Se sofre menos !
Me irrito como o mundo (ou o Sistema, para os que são mais radicais) quer doutrinar a todos. Evitar que pensem. Não se pode questionar nada mais. Quando se questiona algo a alguém, geralmente se escuta “só estou cumprindo ordens”. Então é isto ? Fomos feitos para cumprir ordens ? Este é o sentido da existência ? Por que temos que aceitar a resposta “é assim e pronto” para tudo ? Claro, isto não quer dizer que se deva comportar como um rebelde sem causa, mas refletir sobre tudo. Ponderar.
Meu chefe (que é meu pai) é ótimo para dar ordens (como todo chefe deve ser mesmo). Afinal, se os chefes fossem sensatos, deixariam de ser chefes e começariam a se chicotear, se penitenciando. Engraçado os chefes dizerem dos seus comandados: - “parece que não pensam”, quando estes erram. Isto porque quando fazemos uma sugestão, dizem: -“você é pago para fazer e não para pensar”. Não é um contra-senso ? Me treinam para que eu não pense... e quando cometo um deslize ... “parece que não pensam”.
E o por que deste rodeio todo ? Porque muitas vezes temos idéias boas, que trariam economia de tempo, por exemplo. Mas ao externá-la você escuta algo como “fazemos assim há trinta anos” e não vamos mudar. Ora bolas, se reconhece que sua idéia é boa, que trará economia, mas “fazemos assim há...”. Pelo amor de Deus !!! Dá vontade de dar cabeçada na parede !!!
Querem um exemplo ? Em nosso escritório, utilizamos papel contínuo nas impressoras à laser. E o que tem demais ? Explico: o papel contínuo, como se sabe, tem uma “borda” serrilhada, que serve para encaixar nas impressoras matriciais ( que já são obsoletas). Para que se possa usar tal papel em uma impressora laser deve-se destacar as bordas do papel contínuo e separá-lo em folhas. Esta tarefa consome horas de um funcionário (afinal, consumimos centenas de folhas ao dia). Pois bem: fiz uma pesquisa, e descobri que o papel A4 (ou popularmente conhecido “chamex”) sai mais em conta que o outro, além de não consumir tempo para ser “destacado”. Levei a informação ao “chefe”. Ele não aceitou. Provei que faria uma economia de uns R$ 4,00 em cada 3.000 folhas. Mas não quis saber. É claro que foi uma sugestão... mas fiquei pensando: por que alguém preferiria comprar um produto que além de sair mais caro, ocuparia tempo de um funcionário ? Então reparei: o papel contínuo vem em caixas de 3000 folhas ... enquanto o “chamex” vem em pacotes de 500 folhas. Portanto mais fácil de “carregar” (se é que me entendem, sem querer insinuar nada).
Levando por este raciocínio, vou comprar um carro com pneu furado, por ser mais difícil de roubar. Vou cortar o banco de minha moto para que ninguém roube (acreditem, muitos fazem isto). Vou arrumar uma namorada feia para não ser traído ( cê que acha !). Se eu não quero ser roubado em meu escritório, o mais racional seria criar uma espécie de almoxarifado. De forma que a liberação do material fosse devidamente anotada, com registro de quem retirou o quê. Qualquer variação exagerada no consumo, indicaria desvios. Mas comprar um material de pior qualidade e mais caro só porque é mais difícil de ser furtado ... não dá. Obviamente o “chefe” nunca vai admitir que é este o motivo. Mas eu não sou bobo, ta na cara ! Tinha que desabafar. Isto porque muitas vezes eu também ajudo a destacar as “serrilhas” dos papéis contínuos. E enquanto faço isto fico pensando: - ô serviço desnecessário e imbecil ! com o papel A4 já no jeito de colocar na impressora e ser feliz. Mas fazer o quê. Quem pode manda, quem não pode ...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Abduzido

Estou re-escrevendo este “post”. Ou tentando. Será este um sinal de que não devia postar? Não – porque não sou supersticioso. Eu já o havia concluído e ... puf ! o Word fechou sem que eu supostamente fechasse nada. Mas tudo bem. Tentarei retomar ao menos a temática: no texto que eu havia escrito anteriormente, dizia sentir falta de escrever. Apesar disto, dizia do como estive absorto em outras coisas. Havia citado Arthur Schopenhauer e sua obra intitulada “A Arte de escrever”, em que o filósofo desaconselha virulentamente a se publicar qualquer coisa com espírito de lucro ou “apenas por publicar”, ou por vaidade. Schopenhauer se escandalizava em sua época com a quantidade de publicações por ele consideradas “desnecessárias”.
Tenho auto-crítica. Não tenho pretensão de ser algo próximo a Kafka, Machado, Shakespeare ou Dostoievsky. Relatava também no texto anterior ( que também tinha o título de abduzido – e parece que o texto o foi ... profético, não ? ) que quando comecei a escrever no blog pretendia fazer algo anárquico. Mas me perdi. Muitas vezes me tornei muito intimista. Outras sarcástico. Outras transcendente. Não tinha um estilo definido. Nem temática. O blog era sobre tudo : futebol, política, religião, relacionamento, comportamento ... um verdadeiro “balaio de gato”.
Este tempo “abduzido” por outras ocupações pode ter sido benéfico. Afinal, escrever sem reflexão pode ser bem temerário. Creio que isto seja influência de Schopenhauer. O cara detona tanto quem pretensamente queira ser "escritor", que você sente vergonha até em assinar cheque depois de lê-lo. Brincadeira ! Não é para tanto. Mas é para se refletir. Um psicólogo me disse uma vez que por trás de alguma atitude perfeccionista sempre se oculta um orgulhoso. Me parece certo. Afinal, se você se leva a sério demais é porque se acha alguém importante. Por isto talvez alguns monges cristãos do deserto, que viveram entre os séculos II e V afirmarem que “o tímido na verdade é um grande orgulhoso”: porque preocupa-se excessivamente com sua imagem.
Que este blog possa servir para somar. Que após esta ausência eu possa dar uma outra conotação aos textos, mais positiva e construtivista (sem deixar de ser crítica, claro), mas tendo sempre em mente que nenhum talento ou graça possuo, a não ser a que me foi dada gratuitamente por Deus. E como estamos próximos ao Natal, quero deixar também alguns pensamentos:
Um ancião dizia: «O silêncio está cheio de vida, mas a morte está escondida na palavra farta.»
Dizia sempre um ancião que morava no Egito: «Não há caminho mais curto do que o caminho da humildade.»
Um irmão perguntou ao abade Poemen se era melhor viver sozinho ou com o próximo. O velho respondeu: «Aquele que lamenta sempre e somente a si mesmo, pode viver em qualquer lugar. Mas, se se glorifica, então não se dará bem em lugar algum.»

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O que tiver de ser ...

A paixão me tomou de surpresa. Veio como uma “tsunami”, quando menos se esperava. Sem alardes, sem expectativas. E creio que seja melhor assim. E eu, com o meu “jeito desajeitado” me surpreendi comigo mesmo. Não que eu seja tímido (pelo menos a esta altura da vida). Já fui muito, na infância e boa quilometragem da adolescência adentro. Me classificaria mais como “cético”. Seria mais ou menos assim: em qualquer situação já me preparava para o pior. Sempre desconfiado, esgueirio... Quando algo de bom me acontecia, olhava pro céu e pensava: -“ é... o dia hoje ta bom demais pra ser verdade... provavelmente vem um temporal por aí ou algo ruim vai acontecer até o fim do dia ...”.
Infelizmente acho que tal sentimento tenda a surgir em pessoas que tenham uma tendência ao “perfeccionismo”. Não que eu seja certinho, mas geralmente quero que tudo corra sem sobre-assalto, entende ? Não gosto de perder, ou melhor, que a situação me fuja do controle. Foi então que houve uma “mudança de paradigma” em minha vida. Comecei a raciocinar: “tenho que me arriscar mais, afinal, o que se tem a perder quando não se possui muito ?” E isto creio que valha também para a vida sentimental. Sempre fui partidário do “antes só do que mal acompanhado”. Só que percebi que a complicação reside quando se está, na verdade, “mal acompanhado de si mesmo”.
Atualmente tenho revisto muitos conceitos. Tenho procurado ser menos radical. Sempre fui um lobo solitário. O que (sempre tive consciência disto) denota um certo “egoísmo”. Muitas vezes ser do tipo solitário tem suas vantagens. Mas tem suas desvantagens também. Talvez o fato de ter conhecido umas duas meninas do tipo possessivas/psicopatas tenha me feito ficar sozinho tanto tempo. Talvez o erro tenha sido medir todas as pessoas com a mesma medida... Só sei que estou aprendendo a me apaixonar de novo. E tem sido bom, tranqüilo. Tenho me surpreendido com a minha tranqüilidade e paciência. Eu que sempre fui ansioso !
Mas início de namoro é mesmo algo avassalador. Ocupa todo o tempo. Não se quer desgrudar um do outro. Mas creio que logo vem a bonança. Oxalá ! Afinal, se não for assim pode comprometer tudo: trabalho, estudo e até mesmo um Blog. Não se arruma tempo nem pra postar ! Afinal, quando se começa a namorar, se arruma quase uma terceira jornada: trabalho, faculdade, casa dela. E as finanças então ?! Nem se fala ! Afinal, agora é cinema em dobro, sorvete em dobro, ingresso em dobro.... Bem que o salário podia dobrar também. Mas ao final do dia, só de ver aquele sorriso já vale a pena ...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Da Brevidade do tempo

A vida é engraçada... corremos para ter mais tempo. Ensaiamos para nunca realizar. Planejamos... Creio que tudo funciona melhor sem ensaio. Quando se vive o momento. Claro que viver o momento não significa “ser inconseqüente”, ser irresponsável. É estar sintonizado com o instante, ser um espectador apaixonado. Muitos filósofos, a exemplo do grego Sêneca, cujo livro “ Da brevidade da vida” me foi muito útil, diagnosticam que nosso problema geralmente é que: ou estamos vivendo o passado, senão vivendo o futuro. Como ser inteligente que é, o homem tem essa “capacidade” de “viajar no tempo”. Infelizmente.
Gastamos boa parte do nosso tempo avaliando o que fizemos no passado. Ou planejando o que faremos no futuro. E aí é que está a questão: esquecemos de viver o presente. Imagine a seguinte situação: uma criança que se achega ao pai, querendo colo e este diz: - Agora não meu amor, o papai ta ocupado... Penso que não custaria dar um abraço no pequeno e depois continuar o trabalho. Nunca se sabe quando surgirá outra oportunidade. Principalmente em um mundo em que muitos saem de casa pela manhã, mas muitos não retornam.
Um monge cristão ortodoxo disse em um texto que o mal do último século e deste seria o “ativismo”. Seria a “necessidade” que o homem moderno tem de fazer muitas coisas. Ocupar todo o tempo. Hoje vivemos em um mundo em que, principalmente nos grandes centros, parece ser vergonhoso “ficar à toa” ou ter “tempo livre”. Parece sinônimo de “vagabundagem”. Há pessoas que aproveitam o horário do almoço para “fazer academia”, curso de línguas ou outra atividade. Não que haja algo de errado nisto. Mas e a velha “cesta” ? O almoço em família ? Até nas cidades consideradas “médias”, como a minha, isto está ficando raro.
Neste contexto todo, penso que talvez a maior declaração de amor a um filho ou esposa seria: “este tempo é todo seu, sou todo ouvidos”. É ... porque ainda tem o maldito do celular ( que pra mim é uma das invenções mais diabólicas que há). Depois do celular, acabou-se o “quero ficar sozinho” ou vou “dar uma volta pra esfriar a cabeça”. Então pode-se dizer: - “Mas eu posso desligar o celular ! ...” Experimenta ! Depois vai ter que dar um montão de explicações do porque desligou.
Pensando agora, tive uma idéia pra revolucionar o mercado: presentear com o tempo. Você poderia se dirigir a sua namorada, por exemplo, munido de uma caixinha de presentes. Entregaria a ela o tal caixa. Ao abrir ela se depararia com um papel onde estaria escrito: “Os próximos 15 minutos são todos seus. Diga o que quiser”. Se tempo é dinheiro, certamente pode ser também o presente mais caro !
Pato Fu Sobre O Tempo
Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã
Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final
Ah-ah-ah ah-ah
Ah-ah-ah ah-ah
Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã
Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final... oh-oh... oh-oh ah...
Uh... uh... ah au
Uh... uh... ah au
Vai, vai, vai, vai, vai, vai